Engraçado como é a vida... como são as relações, como situações sempre se repetem, por mais que pensemos: não, agora impossível acontecer de novo! Mas é aquela mesma novela, a mesma trama, só que com pessoas diferentes. Daí eu penso: meu Deus, como eu fui capaz de permitir-me ser enganada novamente? E repenso: porque é assim que tem que ser! Se não nos permitirmos, não acreditaremos em mais ninguém. Talvez o meu problema, como disse meu professor um dia, é a falta de “má fé”. Sim, má fé, aquela que faz você pensar: ah, talvez não seja bem assim, talvez seja assado. No entanto, eu estou lá, pronta pra agir só de acordo com a boa fé, que assim eu intitulo. Eu gosto das coisas certas, bem resolvidas, transparentes. E isso não tem nada a ver com autoconfiança, ou com insegurança. Pra mim, é poder estar em paz; e mais, é dar margem para que a má fé surja, sem que seja má. Entendem meu raciocínio? Saber que estou me enganando, acaba comigo... seja o relacionamento que for. Às vezes sinto vontade de ser radical, de, desculpem a expressão, “chutar o pau da barraca”. Mas me dou o direito de um chilique, de espernear e chorar feito àquela criança que não pode comprar o brinquedo novo. É bom abrir um espaço pra perder aquela energia acumulada, energia negativa, que não faz bem pra mim e nem pra quem a despertou em mim. Porque sim, nem tudo sai conforme planejamos. Nem sempre as pessoas vão entender nossas necessidades enquanto seres humanos, e não é por isso que elas serão menos humanas. Cabe a nós ter paciência, tolerância diante da diferença de ideias e ideais. Porque aquilo que eu enxergo, talvez o outro não enxergue; mas nem sempre sua condição de míope é vontade de não enxergar. Alguns não conseguem achar o melhor óculos e, então, mais uma vez, devemos exercitar nossa paciência e ajudá-los a encontrar aquele sirva para conseguir compreender de fato o que a situação apresenta. Por isso, procuro retomar minha calma quando as situações se repetem, porque nem sempre as pessoas se repetem a ponto de depositarmos em cima delas, a carga que trazemos com a gente de outras.